sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Reforma Agrária e o MST





Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover a distribuição mais justa das terras.

Após o descobrimento estabeleceu-se a estratégia de ocupação de terras, abundantes e com pouca mão-de-obra local. Grandes porções de terra foram doadas a famílias com poder econômico suficiente para explorá-las e protege-las.

Desta maneira os imigrantes de baixo poder econômico e posteriormente os escravos libertados acabariam por se tornar dependentes destes grandes proprietários. Dados do INCRA informam que 1% dos proprietários detém cerca de 50% das terras.

Surge à ideia da reforma agrária, a redistribuição fundiária, como etapa essencial para o desenvolvimento econômico e social do país ofertando oportunidade às populações rurais carentes e transformando latifúndios improdutivos em espaços produtivos. Por outro lado a ideia de desapropriação das terras gera insegurança entre os proprietários.

Houveram diversos movimentos defendendo a reforma agrária. Em 1920 com a Coluna Prestes e a criação do PCB; na década de 60 com a criação das Ligas Camponesas e mais atualmente, na década de 80 o MST.

MST


Em 1984 nasceu em Cascavel-PR o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, com a premissa de um movimento social organizado de camponeses que lutam pela causa da reforma agrária e a palavra de ordem “ocupar é a única solução”.

Diferentemente dos movimentos anteriores o MST se expandiu pelo país e se consolidou rapidamente como expoente na luta pela questão fundiária e a desigualdade no campo. Seu crescimento e maneira de agir trouxeram como resposta o aumento da violência rural com massacres de trabalhadores e invasões a força de fazendas inclusive produtivas.

O MST se organiza em 24 estados brasileiros. Sua estrutura organizacional se baseia em uma verticalidade iniciada nos núcleos (compostos por 500 famílias) e seguindo pelas brigadas (grupo de até 500 famílias), direção regional, direção estadual e direção nacional. Paralelo a esta estrutura existe outra, a dos setores e coletivos, que buscam trabalhar cada uma das frentes necessárias para a reforma agrária verdadeira. São setores do MST: Saúde, Direitos Humanos, Gênero, Educação, Cultura, Comunicação, Formação, Projetos e Finanças, Produção, Cooperação e Meio Ambiente e Frente de Massa. São coletivos do MST: juventude e relações internacionais. Esses setores desenvolvem alternativas às políticas governamentais convencionais, buscando sempre a perspectiva camponesa.
A organização não tem registro legal por ser um movimento social e, portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento social ou associação de moradores. Entretanto, há o questionamento de boa parte da opinião pública brasileira de que se o MST é um movimento social e não tem personalidade jurídica, não poderia receber recursos públicos, sejam eles diretos ou indiretos, como se tem provado nos últimos anos.

Existem muitas críticas ao MST, dentre elas as principais são que os assentamentos são dependentes de financiamento público, tornando os assentamentos economicamente inviáveis; a venda de fracionamentos dos assentamentos por parte dos membros do MST, o que é vedado por lei; a invasão de terras produtivas com saques, sabotagens e depredação.

Referências

·         MONDAINI, Marcos; Direitos Humanos no Brasil, 2009, Ed. Contexto, pgs. 97-136.
·         http://www.mst.org.br

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